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sábado, 25 de agosto de 2012

Resenha: Mayhem Festival – Mansfield


Neste dia e época, tudo parece tão fabricado, especialmente a música.

Estamos presos em uma época onde a mediocridade artística não é apenas aceita, ela é encorajada. Há um vazio para algo tangível e puro. É por isso que o Slipknot continua sendo tão importante.

Quando estes homens sobem ao palco, é inflexivelmente uma matéria-prima, real, e arrebatadora como eles vão da musicalidade alucinante para a violência que cada membro fisicamente e espiritualmente perdura. Durante o Rockstar Energy Drink Mayhem Festival em Mansfield – Massachusetts, o grupo de Iowa hipnotizou e assombrou o embalado Comcast Center como só eles podem. Uma cortina vermelha levantou após a introdução do seu auto-intitulado clássico; todos os oito músicos ainda ficaram olhando para a noite infernal em que realizariam um show que ninguém esqueceria ou morreriam no processo.

Imediatamente, “(sic)” poderosamente socou a todos impulsionada pela impecável e rápida bateria dupla de Joey Jordison. Transmissões emanavam da mesa de som do Sid Wilson e Craig Jones, ao passo que Chris Fehn e M. Shawn “Clown” Crahan empinavam seus tambores para o céu enquanto batiam nos barris como se suas existências dependessem disso. Mick Thomson e James Root permaneciam como o mai impressionante duo de guitarras do metal moderno, debatendo através da agressividade técnica.

Tão longe quanto os cantores podem ir, Corey Taylor não pode ser superado. Ele é um dos mais emocionantes, fascinantes e envolventes artistas que o gênero já viu. Seus gritos de “Fuck this shit, I’m sick of it, you’re going down, this is a war!” poderiam ter despertado os mortos, enquanto se entregava durante as faixas:  ”You can’t kill me, ‘cuz I’m already inside you.” revelou-se tão frio como qualquer uma das palavras Hannibal Lecter. Wilson ascendia conforme Clown, Fehn e Taylor latiam as palavras. Era uma majestosa e maravilhosa loucura personificada.

“Eyeless” trouxe tudo para dentro do coração das trevas com um furacão gutural e um gemido esquizofrênico, conduzida por um riff de indução. “É isso o que diabos você quer?” perguntou o cantor. “Vamos dar a eles o que eles querem“.

O público foi além do que se esperava durante um tórrido e mordaz “Sulfur“. Chamas subiram para o céu enquanto a voz de Taylor ecoava e Root liderava a lead com uma verdadeira finesse, acrescentando misteriosos toques. “Wait and Bleed” engrenou uma enorme capela, enquanto que “Before I Forget” destacou-se como muito própria da banda, comparada à “Walk” ou “Enter Sandman” – um hino que permanece gravado na psique do ouvinte por toda uma vida. Taylor deixou escapar uma risada antes do sujo grindcore de “Disasterpiece“, alimentada por Jordison – o melhor baterista do gênero, período. Ele está também no topo de seu jogo em termos de criatividade e perícia técnica.

A tensão convergia de forma brilhante durante “Gently” como neve caindo sobre o palco e as guitarras e baterias como cascatas em um exorcismo real. Taylor se contorcia no chão no final durante “Vermilion Pt. 1“, enquanto “The Heretic Anthem” deixou o anfiteatro todo gritando. “Duality” e “Spit It Out” fizeram história, enquanto “People=Shit” e “Surfacing” deram o ‘fim de história’ perfeito para o show perfeito.

Contudo, o Slipknot é mais do que isso. Durante o dia, Clown esteve em seu estande durante quase duas horas assinando cópias de seu livro The Apocalyptic Nightmare Journey e interagiu com cada jovem. Ele ia falar com eles, os olhava diretamente nos olhos e se conectava. Apenas 20 metros de distância, Wilson deu autógrafos em um trailer e deu a mesma atenção. A cultura em torno Slipknot está mais forte do que nunca.

Isso é o que importa no fim das contas e que por isso também que não há nada mais real do Slipknot.

Artistdirect.com


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