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sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Entrevista traduzida com Corey Taylor para a Front Magazine

Fonte: Front Magazine - Tradução SlipknotBR

Na última edição da FRONT, nós conversamos com o Corey Taylor sobre reuniões fantasmas, recusar ghostwriters e nunca se tornar um Gene Simmons

Corey! Como você está?

Estou sobrevivendo com café. Eu estive carregando o burro na última semana – Estocolmo, Paris, Birmingham, Londres… Tem sido insano. É um problema bom de se ter, no entanto. “Ah, dane-se, as pessoas querem saber sobre meus projetos”. O ditado “cuidado com o que você deseja” definitivamente se aplica.

Stone Sour está fazendo um álbum duplo. Muitas pessoas (bom, você, Biffy Clyro e Green Day) parecem estar fazendo isso no momento– coincidência?

Sim, definitivamente, nós não percebemos quantas bandas estariam fazendo isso até entrar no estúdio gravando. Isso derrubou a cereja do topo um pouco porque eu estava tão empolgado e então foi tipo, “Oh droga, Biffy. Vocês são uma grande banda, mas vocês precisam fazer isso? Vocês não podem só se afastar por alguns meses? Green Day, três? Sério?”. Mas não, isso é tudo coincidência. Se House of Gold & Bones já não estivesse encenado na minha cabeça, nós não estaríamos fazendo isso, mas eu podia ver o começo, meio e fim de uma história. Uma vez que comecei a rascunhar as ideias em um caderno, a música apenas começou a vir. Na maior parte, eu não foco nas outras pessoas – Taylor Swift fará seu lançamento na mesma semana que nós. Nós sempre estamos buscando crescimento pessoal, então nós somente competimos com nós mesmos. Vou te dizer uma coisa, e este não sou eu sendo um babaca, este sou eu sendo verdadeiro – Eu colocaria meu álbum contra qualquer um desses filhos da puta agora mesmo.

Mesmo a Taylor Swift?

Sim. Bom, eu não sei se podemos competir com aqueles dentes tortos dela… eu sou tão idiota. Se não fosse pelo Kanye, ela sequer estaria aqui agora. Isso a torna enorme. Eu gostaria que alguém tivesse escalado meu palco. Eu teria dado um soco na cara deles. Na verdade, talvez seja por isso que ninguém fez isso.

E vocês estão transformando o álbum em uma história em quadrinhos também?

Isso é uma das coisas que eu sempre quis fazer. Eu sou um grande fã de quadrinhos, sempre fui, desde criança. Eu tenho o Homem Aranha tatuado na minha perna e o coringa no meu braço. Fazer uma história em quadrinhos é uma das coisas que você coloca em uma lista e espera que um dia a vida lhe dê a oportunidade. Esse projeto era tão grandioso e criativo que isso era perfeito. Irá sair como uma mini série de quatro partes entre o primeiro e o segundo álbuns, e dará ao público aquele terceiro nível. Eu não estou desenhando ele, por que eu não sei desenhar droga nenhuma, mas eu estou adaptando a  história em um script. Eu tinha uma lista de desejos das pessoas e eu tenho todos eles então eu estou me lixando com isso.

Esta não é sua primeira investida em escrever

Bom, meus amigos sabiam talvez de 98% desse material, assim como alguns fãs. Não era sobre fazer uma biografia, porque isso é muito cliché. Você pega caras de 24 anos fazendo biografias, e o que raios eles fizeram? Eu queria algo diferente com o meu livro – começar uma conversa sobre algo que eu me sinto muito apaixonado, onde parte da natureza humana havia sido demonizada, especialmente no meu país. Isso é uma droga, então eu queria interferir e ser o advogado de defesa. Eu não queria meu nome grande na capa e um ghostwriter (a pessoa que realmente escreveu a obra mas não recebe os créditos) abaixo, como qualquer outro babaca. Livros escritos pela Paris Hilton? Dane-se, ela não sabe ler! Minha abordagem para tudo, que talvez é um pouco justa, é que, se eu fizer alguma merda, dane-se, eu fiz, eu reconheço. Eu tive um pouco de sorte até agora.

Você tem muitas faces – Corey Taylor do Stone Sour, Corey Taylor do Slipknot, Corey o autor, Corey o artista solo…

Na maioria das vezes, isso depende de qual projeto que estou fazendo no momento. Eu tento me focar naquilo que está na minha frente. Nesse momento é o Stone Sour, mas no Mayhem Festival mês passado, era o Slipknot. Ano passado, eu era o autor de um bestseller fazendo apresentações acústicas. Henry Rollins realizou grandes feitos fazendo coisas como essas. Eu me atento muito à isso, mas eu gostaria de por minha própria cara nisso, fazendo 90 minutos de comédia estranha falada, e uma hora cantando. Então eu sou um contador de histórias agora. É muito divertido. Tudo se resume a se focar.

Você está acostumado com o sucesso?

Algumas noites atrás, em Estocolmo, uma estação de rádio me levou para uma jantar em um restaurante chique. Eu estava olhando e pensamento: “Droga, mesmo as pessoas feias são mais bonitas do que eu”. Quando nós estávamos prontos, já esperando por um táxi, essas duas pessoas correram pedindo fotos e enlouquecendo. Você pensaria que eu era Sinatra de volta dos mortos. Eu disse que sim, claro, mas isso te pega de surpresa. Está acontecendo mais e mais nos lugares mais estranhos.

Você é um cara muito famoso…

Nunca foi sobre a fama, mas de criar algo com a melhor música, o melhor da arte e dar as melhores letras e as melhores performances. Talvez isso me traga de volta de como é ser tão grande quanto eu poderia ter sido, mas vale a pena. Eu não me importo. Quando você coloca muita ênfase sobre esse lado, ou você está caminhando para se tornar um enorme idiota que as pessoas simplesmente dão uma olhada, ou sua arte vai sofrer. Eu prefiro andar no meio termo. Eu prefiro ser a pessoa mais famosa que ninguém nunca ouviu falar, que ser alguém como o Gene Simmons, porque quando você chega a esse nível, você não é mais você. Você está encenando um papel. Você se torna uma caricatura e não há nada de honesto sobre isso. Você acaba trancado em um filme e, se você não pode ser quem você é, a vida torna-se muito longa. Você precisa de pessoas ao seu redor para trazer você de volta e dizer “não”. Eu tenho um grande ego, confie em mim, você precisa nesta indústria, mas eu posso controlar isso.

Você acabou de fazer o Knotfest, acrescentando um festival ao seu curriculum. É o primeiro de muitos?

Eu ainda não posso acreditar que eu estou fugindo dessa droga. Uma das coisas que nós nos esforçamos para fazer, especialmente com o Slipknot, é manter impulsionado. Eu não posso ter um monte de crédito pelo Knotfest, este era o bebê do Clown. Eu apareci, fiz a minha parte, acenei para as pessoas, cantei… E voltei para o meu ônibus. Contudo, eu estava ancioso sobre isso, porque queremos levá-lo para outros países. Estamos em negociações para o próximo ano, enquanto o fazemos pequeno e inteligente. Havia uma razão para nós só fazemos dois shows este ano. Se tivéssemos tentado fazer isso há dez anos, teríamos falhado, porque teríamos tentado fazer 25 shows gigantes .


Estar em duas bandas, você tem uma agenda-dupla?

Nós nunca fizemos as duas bandas no mesmo dia antes, mas nós fizemos o Rock in Rio juntos, com o Stone Sour tocando na primeira noite e o Slipknot tocando na segunda e isso foi legal porque eu tinha todos os meus irmãos lá. Tive tempo suficiente para me recuperar, os dois shows chutaram a minha bunda, mas ser capaz de voltar para o hotel me ajudou. Mais pessoas estão tentando nos ter tocando  no mesmo dia – vocês são masoquistas?  Você são sádicos? Danem-se!

O Halloween está chegando – já teve alguma experiência paranormal?

Eu tive várias. Quando eu tinha dez anos, eu e alguns amigos escapamos de uma casa abandonada. Nós pensamos em ir à noite, como você faz. Para encurtar a história, todos nós vimos algo muito fantástico que nos assustou de tal forma que ficamos cagando de medo. Só de pensar nisso já faz os pêlos dos meus braços se levantarem. Talvez isso me eleve para alguma coisa além que eu não tenha visto ao longo de anos. As pessoas que não acreditam em fantasmas nunca viram um. Eu vi algumas coisas paralisantes, especialmente na mansão em Los Angeles onde gravamos Vol. 3: (The Subliminal Verses). Às vezes eu ficava me perguntando por que diabos eu estava lá. Nunca houve perigo, mas existiam níveis mais elevados de ser assustado. Eu nunca estive preocupado com minha mortalidade. Eu sou o típico idiota branco no filme de terror que corre para o perigo, porque eu só quero saber. Eu sou como Fred do Scooby-Doo.


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